segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O Circulo...

Não sou a favor de postar feitiços nem rituais....mas o Circulo sem duvida é algo que nos remete ao passado....sua importancia é pimazia em qualquer sentimento ritual....ate mesmo em pensamento, podemos traçar nosso circulo e usar sua proteção...
Você já deve ter percebido que tudo o que os índios fazem ocorre em círculo. Isto se deve ao fato de o Grande Espírito sempre trabalhar em círculos e de tudo sempre procurar ser redondo. Nos velhos tempos, quando éramos um povo forte e feliz, todo o nosso poder vinha para nós do anel sagrado da nação e, enquanto esse anel se mantinha inteiro, as pessoas eram felizes e floresciam,

A árvore florida era o centro vivo do anel e o círculo dos quatro cantos a alimentava.

O leste lhe dava a paz e luz, o sul lhe dava calor, o oeste lhe dava chuva, e o norte, com seu vento intenso, lhe dava força e resistência. Esse conhecimento chegou a nós do mundo exterior, juntamente com a nossa religião. Tudo que o Grande Espírito faz, sempre é feito em círculo. O Pai Céu é redondo e já me disseram que a terra é redonda como uma bola, o mesmo também acontecendo com as estrelas. O vento, quando está com potência máxima, gira em círculos. Os pássaros constroem seus ninhos em círculos, pois a religião deles é a mesma que também temos.

O Avô Sol nasce e se põe em círculo. A Mãe Lua faz o mesmo, e ambos são redondos. Até mesmo as estações do ano formam um grande círculo nas suas mudanças e sempre voltam ao ponto onde estavam originalmente. A vida de um homem é um círculo da infância à transição e o mesmo é válido para tudo que se movimenta. Nossas cabanas são redondas como os ninhos dos pássaros e ficam sempre dispostas num círculo, representando o anel da nação, um ninho com muitos ninhos, onde o Grande Espírito quer que criemos os nossos filhos."

Existem várias maneiras de se traçar um Círculo, você pode usar uma das mais simples:

1 - Pegue a Varinha Mágica ou o Athame e vá até o Norte.
2 - Visualize um raio, tipo um laser, saindo da ponta do seu objeto escolhido.
3 - Dê uma volta, devagar, no sentido horário, até chegar novamente ao Norte.

4 - Então diga: - "Pelo poder dos Deuses, eu traço este Círculo Sagrado. Deste espaço nenhum mal sairá, e nele nenhum mal poderá entrar"!


ABRINDO O CÍRCULO
Começa então o Ritual de abertura do Círculo,
LESTE: Salve os Guardiões das Torres do Leste. Venham juntar-se a mim neste Círculo, Poderes do Ar, vinde! Vigiem este espaço sagrado. Eu o saudo! Fique em forma de um Pentagrama.SUL : Salve os Guardiões das Torres do Sul. Venham juntar-se a nós neste Círculo, Poderes do Fogo, vinde! Vigiem este espaço sagrado. Eu o saudo! Fique em forma de um Pentagrama.NORTE: Salve os Guardiões das Torres do Norte. Venham juntar-se a nós neste Círculo, Poderes do Terra, vinde! Vigiem este espaço sagrado. Eu o saudo! Fique em forma de um Pentagrama.OESTE: Salve os Guardiões das Torres do Oeste. Venham juntar-se a nós neste Círculo, Poderes do Água, vinde! Vigiem este espaço sagrado. Eu o saudo! Fique em forma de um Pentagrama.

FECHANDO O CÍRCULO
Agradeca aos Deuses por terem estado presentes, e aos Elementos.LESTE: Salve os Guardiões das Torres do Leste. Poderes do Ar, Agradeco sua presença aqui, como guardiões no nosso Círculo. Vão em paz, oh! grandes Guardiões do Leste, com minhas bênçãos e agradecimento. Obrigado e Adeus! Fique em forma de Pentagrama.SUL: Salve os Guardiões das Torres do Sul. Poderes do Fogo, Agradeco sua presença aqui, como guardiões no nosso Círculo. Vão em paz, oh! grandes Guardiões do Sul, com minhas bênçãos e agradecimento. Obrigado e Adeus! Fique em forma de Pentagrama.NORTE: Salve os Guardiões das Torres do Norte. Poderes da Terra, Agradeco sua presença aqui, como guardiões no nosso Círculo. Vão em paz, oh! grandes Guardiões do Norte, com minhas bênçãos e agradecimento. Obrigado e Adeus! Fique em forma de Pentagrama.OESTE: Salve os Guardiões das Torres do Oeste. Poderes do Água, Agradeco sua presença aqui, como guardiões no nosso Círculo. Vão em paz, oh! grandes Guardiões do Oeste, com minhas bênçãos e agradecimento. Obrigado e Adeus! Fique em forma de Pentagrama.Fecha o Círculo com o Afame de novo, dizendo três vezes:"O CÍRCULO SE DESFAZ, MAS ELE NUNCA SE ROMPE"Ainda em forma de Pentagrama, faça uma meditação e visualize, o Círculo em tons de azul, subindo em direção aos Deuses.Que assim seja para o bem de todos!


Blessed Be!
Lugh
Marília - SP-





Um pouco sobre a Tradição Celta...

Para alguns que querem saber o pq de seguir a Magia Tradicional Celta....se hj em dia ha tanta modernidade a nossa volta...
Como seguidor vou postar apenas um aspecto ritualistico...
Desde 600 a.C. os povos celtas tinham um alfabeto denominado OGHAM (pronunciado OWAN), considerado sagrado e usado somente para escritas e gravações especiais. Somente os iniciados aprendiam esse alfabeto.
Para escritas comuns usavam o alfabeto grego. Durante a invasão romana, a igreja católica trocou o alfabeto ogham pelo alfabeto latino. Saint Patrick queimou pessoalmente 180 livros irlandeses escritos em ogham.

Tudo que a igreja católica encontrava sobre druidas e celtas era imediatamente destruído. Contudo, o alfabeto ogham vingou até mais ou menos 700 d.C. As mensagens eram passadas entre os iniciados através de códigos por movimentos de nariz, pernas e braços, silenciosamente e secretamente representando o alfabeto ogham.

Os celtas possuíam 3 Leis principais dentro de seus ensinamentos:
* Cultuar os deuses
* Não fazer o mal
* Ser forte e corajoso



Eram extremamente religiosos, por isso os rituais faziam parte de suas vidas. Durante os rituais eram servidos pães, vinho, frutas e carnes, dentre outras coisas. A carne preferida entre eles era a carne de porco, pois era a preferida do Deus Lugh.
O carvalho e o visco eram plantas sagradas. Segundo pesquisadores, o azevim simbolizava o sangue menstrual por ser uma planta vermelha; e as frutas do visco, por serem brancas, simbolizavam o sêmen.
Rituais de fertilidade faziam parte da cerimônia dos deuses do carvalho e do visco. O sacerdote e a sacerdotisa entregavam-se durante os rituais. Era o poder do Deus do Céu (raio que atinge o carvalho, o punhal) fertilizando a Deusa Mãe (a taça).
Durante as cerimônias, os sumo-sacerdotes usavam máscaras ou coroas com chifres simbolizando o Deus Cernudos (Bretanha) ou Cornudo (Irlanda). Era o símbolo de virilidade necessária à fertilidade.

Era esse Deus que abria os portões da vida e da morte. Era o lado masculino e ativo; a forma mais antiga de Deus desse mundo.
A contra-parte feminina de Cernudos era a Deusa Nua da Lua Branca; é a grande mãe que cria, o passivo, o feminino na Natureza.

As celebrações eram realizadas à noite, já que o dia celta começava à meia-noite. Por isso, eles contavam o tempo por noites, e não por dias. O calendário era baseado na lua e tinha 13 meses.
A cada dois anos e meio e três anos, alternadamente, era inserido mais um mês de 30 dias. Os meses tinham os nomes das árvores sagradas e correspondiam às letras do alfabeto ogham. Algumas vezes era inserido mais alguns dias em um mês sem nome para completar o período do ano.

Um período de 5 anos chamava-se LUSTRE. Um ciclo druídico completo tinha 6 lustres ou 30 anos. Uma era druídica tinha 630 anos ou 126 lustres.
Um ano é dividido em duas partes: fase escura, que começa com o ritual Samhain, e fase clara, que começa com o ritual Beltane.

Todos os feriados sagrados aconteciam em solstícios, equinócios e fases lunares. Os quatro festivais do fogo (solstícios e equinócios) eram o apogeu das plantações. Eles representavam trabalhar a terra, semear, crescer e colher. Saiba mais sobre os dias sagrados no link Roda do Ano Celta.


Lughnasadh

Dos oito sabás principais, LUGHNASADH é o próximo ritual. Realizado no dia primeiro de agosto ou a primeira lua cheia de leão é um festival de pré-colheita, o ponto de virada da Mãe Terra. As últimas ervas são colhidas. É uma celebração em homenagem ao casamento do Deus Lugh da Irlanda (ou Llue na Britânia e Gales) com a Mãe Terra.

Também chamado de Lammas, Cornucopia ou Thingtide, este ritual marca o começo da estação da colheita e o declínio do verão. Rituais e celebrações eram feitos para assegurar uma colheita farta e um inverno ameno.

Neste dia, tenha sobre seu altar: um cálice com água – à oeste; uma vareta de incenso à base de frutas (maçã, morango, etc) – à leste; uma vela amarela ou laranja – ao sul; um cristal ou uma vasilha com sal marinho – ao norte; e frutas e cereais (maçã, milho, etc) - no centro. Se quiser, você poderá enfeitar seu altar com flores e trigo.
Não se esqueça de ter pães, bolos e vinho para a celebração ao término do ritual. Faça este ritual ao meio dia ou de preferência à meia-noite, pois os rituais celtas eram realizados à noite sob o luar.
Prepare o seu altar como em todos os rituais da Roda do Ano: sempre tendo firmado os cinco elementos da natureza (água, fogo, ar, terra e espírito).

Acenda o incenso e a vela e peça ao Deus e a Deusa que sua colheita seja farta, e que você sempre tenha o suficiente para o inverno que está por vir. Use roupas claras e abstenha-se de carne vermelha, bebidas alcoólicas e drogas antes do ritual. Lembre-se: um corpo divino é sempre um corpo sadio!


Blessed Be!
Lugh
Marília - SP-

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Os Deuses Celtas...

Como sou seguidor, consagrado e atualmente Sumo Sacerdote da Magia Tradicional Celta, resolvi explanar mais sobre o pantão Celta e sua infinidade de divindades!
Seguem os principais....

Angus Mac Og ("Jovem Filho") - Deus irlandês da juventude, do Amor e da beleza. Possui uma harpa dourada que produz música de irresistível doçura. Seus beijos transformam-se em pássaros, que transportam mensagens de Amor. Tem um brugh (palácio de fadas) nas margens do Boyne.

Anu ou Dana - Florescente Deusa irlandesa da fertilidade, da prosperidade, da abundância e do conforto; guardiã do gado e da Saúde. É o aspecto virginal da Deusa Tríplice (junto com Badb e Macha). É a Grande Deusa. É costume acender-lhes fogueiras no meio do verão.

Airmid - é a Deusa da Cura dos celtas. A Deusa Airmid também era guardiã das fontes sagradas e segundo uma lenda, foi ela que ajudou seu pai Daincecht, avô de Lugh, a criar a Fonte da Cura, Tiobraid Slane

Arawn - Deus irlandês da vingança, do terror e da guerra. Arawn é o deus do mundo subterrâneo dos mortos.

Arianrhod ("Roda de Prata") - Aspecto maternal gaulês da Deusa Tríplice, honrada na Lua Cheia. Senhora da beleza, da fertilidade e do renascimento. É a Grande Mãe Frutuosa, a guardiã da Roda de Prata das Estrelas, símbolo do tempo e do eterno ciclo.

Badb ("Fervente", "Corvo de Batalha", "Gralha Escaldada") - Aspecto maternal irlandês da Deusa Tríplice, aquela cujo caldeirão produz vida incessantemente. É a deusa da sabedoria, da vida, da inspiração e da iluminação.

Banba - Deusa irlandesa de proteção.

Bel, Belenus, Gelimawr ("Brilhante") - Grande Deus irlandês; deus do sol; senhor da ciência, da cura, das fontes quentes, do fogo, do sucesso, da prosperidade, da purificação, da colheita, da vegetação, da fertilidade e do gado.

Blodeuwedd ou Blodwin ("Cara de Flor" ou "Flor Branca") - Deusa gaulesa das flores, da sabedoria, dos mistérios lunares e das iniciações. Seu símbolo é a coruja. Também conhecida como "Deusa dos Nove Aspectos".

Boann ou Boyne - Deusa irlandesa do rio Boyne; mãe de Angus mac Og (juntamente com Dagda).

Bran ou Benedigeidfran - Deus gaulês da profecia, das artes, dos chefes, da guerra, do Sol, da música e da escrita.

Branwen - Deusa gaulesa do Amor e da beleza. Uma "versão" celta da Afrodite grega.

Brigit ou Brig, Brighid ou simplesmente Blid ("Poder", "Renomes", "Feroz Flecha de Poder") - Freqüentemente chamada de Deusa Tríplice ou As Três Damas Abençoadas. Deusa irlandesa do fogo, fertilidade, lareira, Todas as artes e ofícios femininos, da cura, dos médicos, a agricultura, da inspiração, da aprendizagem, da poesia, da adivinhação, da profecia, da arte da forja, da criação do gado, do Amor, da feitiçaria e do saber oculto. Suas sacerdotisas eram prostitutas sagradas e cuidavam do fogo sagrado, permanentemente aceso em Kildare. Associada ao Sabá Imbolc, é, também, o outro aspecto da deusa Danu.
Cernunnos, Cernenus ou Herne The Hunter ("O Cornudo", "O Caçador") - É o Deus Cornudo, deus da natureza, do mundo subterrâneo e do plano astral. O Grande Pai celta. Os druidas o conheciam sob o nome de Hu Gadarn, o Deus Cornudo da Fertilidade. É representado nu, sentado na posição de lótus, com cornos ou armações de veado na cabeça, cabelos compridos encaracolados, barba e usando um torque no pescoço. Seus símbolos são o veado, o carneiro, o Touro e a serpente cornuda. É o senhor da virilidade, fertilidade, animais, Amor físico, natureza, bosques, renascimento, encruzilhadas, riqueza, comércio e guerreiros. É o princípio masculino do universo. Senhor do Inverno, da colheita, da terra dos mortos, dos animais, das montanhas, da luxúria, dos poderes da destruição.

Cerridwen, Caridwen ou Ceridwen - Deusa da Lua, a Grande Mãe, senhora dos grãos e da natureza toda, bem como da morte, da fertilidade, da regeneração, da cura, do Amor, das águas, da inspiração, da magia, da astrologia, das ervas, da ciência, da poesia, dos encantamentos e do conhecimento. Seu símbolo é uma porca branca, a comedora de cadáveres (representação da Lua). É o princípio feminino do universo.

Creiddyland ou Creudyland - Deusa gaulesa do Amor e das flores estivais. Está ligada ao sabá Beltane, quando é chamada de Rainha de Maio.

Dagda ("Bom Deus") - é o Grande Deus, Senhor dos Céus e pai de todos os deuses e dos homens. Senhor da vida e da morte; deus da magia, da terra, do renascimento; mestre de todos os ofícios; senhor do conhecimento perfeito. Possui um caldeirão chamado O-que-não-seca, que fornece quantidades ilimitadas de alimento. Deus da proteção, dos guerreiros, do conhecimento, da magia, do fogo, da profecia, do tempo climático, do renascimento, das artes, da iniciação, do sol, das curas, da regeneração, da prosperidade, da abundância, da música e patrono dos sacerdotes.

Gwydion - Deus gaulês das mudanças, da magia, das curas e da ilusão. Seu símbolo é um cavalo branco.

Lugh ("O Brilhante") - Deus da magia, do renascimento, do relâmpago, da água, das artes e ofícios, das viagens, dos ferreiros, dos poetas e músicos, dos historiadores, dos feiticeiros, das curas, da vingança, da iniciação e da guerra. Sua festa é o sabá Lammas ou Lughnassadh, um festival das colheitas. Tem uma espada e uma funda mágicas e está associado aos corvos (na Irlanda) e ao veado branco (em Gales).

Macha ("Corvo", "Batalha") - É a Grande Rainha dos Fantasmas, a Mãe da vida e da morte, um dos aspectos da Deusa Tríplice Morrigu. Deusa da paz e da guerra, da astúcia, da força física pura, da sexualidade, da Fertilidade e do domínio sobre os machos.

Morrigu ou Morrigan ("Grande Rainha") - Deusa suprema da guerra e Rainha dos espíritos e das fadas; Senhora do Espectro. É o aspecto Anciã da Deusa. Deusa dos rios, lagos e água fresca, da magia e da profecia; no seu aspecto escuro, é a deusa da guerra, do destino e da morte. Está associada a corvos e gralhas.

Nuada ("Mão de Prata") - Deus das curas, da água, dos oceanos, da pesca, do Sol, da navegação, dos nascimentos, dos cães, da juventude, da beleza, das lanças e fundas, dos ferreiros, dos carpinteiros, dos harpistas e poetas, dos narradores de histórias, das feiticeiras, da escrita, da magia, da guerra e dos encantamentos. É aquele que concede a Saúde. Possui uma espada invencível - um dos quatro tesouros dos Tuatha.
Ogma ("Cara de Sol") - Deus da eloqüência, dos poetas, dos escritores, da força física, da inspiração, a linguagem, literatura, magia, feitiços, artes, música e renascimento. Transportava uma enorme maça e era o campeão dos Tuatha. Inventou o alfabeto escrito ogham.

Rhiannon - Deusa gaulesa das aves e dos cavalos, dos encantamentos, da fertilidade e do submundo. Monta um veloz cavalo branco.

Scota ou Scath ("A Sombria") - Deusa do submundo; da escuridão, da sombra e a obscuridade, é aquela que combate o medo. Senhora das curas, da magia, da profecia, das artes marciais e Patrona dos ferreiros.
Que as beçãos dos deuses se espalhem sobre voces!!!
Blessed Be!
Lugh
Marília - SP-



























































OS DEUSES - A natureza dos Deuses da Natureza...

Para entender um pouco sobre o que é partilhar ou compartilhar algo superior, com uma energia superir!


Somos todos órfãos dos deuses. Nossa sociedade materialista nos afastou do contato com o numinoso, com o divino. O mundo não é mais sagrado, a vida não é mais sagrada, a natureza não é mais sagrada. A única coisa que ainda preserva sua sacralidade, para a maioria das pessoas, é o deus criador - aquele que fica sentado no alto de sua nuvem, lançando raios sobre os que o desobedecem. Isto é o que a maioria das pessoas tem como deidade. Mas não os pagãos...

Para os pagãos, a natureza ainda é e sempre será sagrada. Seus inúmeros deuses estão intimamente ligados a essa Natureza - o sol, a lua, a Terra como um todo, os animais, rios e florestas - tudo traz em si a energia milagrosa da vida, a sacralidade da Vida com 'V' maiúsculo , mesmo.Ao ver o mundo dessa forma, os pagãos integram-se de forma mais profunda com o mundo em que vivem, aprendendo a desfrutar das mudanças, dos ciclos e das transformações que afetam nosso ambiente externo e também o interno - a nossa paisagem interior.Em contato com a Natureza e seus deuses e deusas, os pagãos vivem a vida plenamente, compreendem melhor os processos de nascimento, morte e renascimento que se refletem num dia, num ano ou na existência da mais antiga das árvores.E os neo-pagãos estão reaprendendo a fazer o mesmo. Tradições jovens, como a wicca, cada vez mais voltam-se para os ensinamentos de velhas tradições para compreender, aprender e alinhar-se aos ciclos de transformação de nosso mundo. Muitas vezes, essa compreensão, esse aprendizado e esse alinhamento ocorre através do contato com os deuses ancestrais - sejam eles celtas, egípcios, gregos pré-clássicos ou indígenas. Sem dúvida, trabalhar com as deidades é algo muito enriquecedor, e que envolve uma grande dose de comprometimento, respeito e responsabilidade.O risco surge quando esse contato ocorre de forma superficial e irresponsável - e infelizmente é isso que se vê na esmagadora maioria dos sites e livros publicados sobre neo-paganismo. Enxergar os deuses da natureza como benevolentes e acolhedores - a clássica figura da Grande Mãe caridosa e compreensiva - é ignorar a própria essência dos deuses. Os deuses são forças poderosas, manifestações da Natureza que jamais poderemos sonhar em controlar - por mais que o ser humano se julgue tecnologicamente avançado, ele simplesmente ainda não tem (nem nunca terá) um meio seguro para conter as forças da natureza. Enchentes, secas, furacões, maremotos, vulcões e terremotos são apenas algumas das demonstrações da indomabilidade da Natureza. Por mais que sejamos capazes de prever com antecedência a ocorrência de uma catástrofe, nada pode ser feito para evitá-la - nós apenas podemos minimizar seus efeitos.Quer contato com um deus da natureza? Saia na rua numa tempestade. Assista no noticiário as demonstrações do poder da Natureza ao redor do globo. Sinta-se pequeno, impotente, diante dela. Respeite-a. Reconheça sua energia fantástica. E aprenda, ao tornar-se íntimo de seus fenômenos, que eles não existem para nos pôr à prova: nós é que não sabemos tirar proveito deles.Sem dúvida, existem deuses associados a aspectos 'benéficos' da Natureza. Contudo, costumamos esquecer que conceitos como bem e mal, benéfico e maléfico, são invenções humanas, são relativos e variam de acordo com as circunstâncias. A Natureza não é boa ou ruim. Os deuses da natureza também não. Nas palavras de uma importante druidesa, "os deuses e deusas possuem uma ética própria, diferente da dos humanos, e por vezes não somos capazes de compreender sua ética."Isto por si só já demonstra como é complicado trabalhar com os deuses ancestrais. Existem forças imensas em ação, forças com as quais jamais poderemos sonhar em ser capazes de lidar. O que podemos fazer - e esse é o verdadeiro papel de um verdadeiro pagão - é compreendermos, respeitarmos e alinharmo-nos a essas forças.Aos que procuram no paganismo o colo de uma deidade caridosa e sempre pacífica, recomendo que procurem os conselhos de um sacerdote de um determinado deus solar que falava em rebanhos e descrevia-se como um manso 'cordeiro de deus' - o mesmo deus solar que costumava oferecer a outra face aos que o desafiavam.Os deuses da natureza não são assim. São caóticos, indomáveis, irascíveis, temperamentais.

A figura da Grande Mãe de que tanto se fala por aí é uma visão distorcida de um conceito amplamente explorado pelo iminente psicólogo e discípulo de CG Jung, Erich Neumann. A verdadeira Grande Mãe é a fusão da Mãe Bondosa com a Mãe Terrível. Buscar o contato somente com a Mãe Bondosa é ignorar a força, o poder e a necessidade de se conhecer a Mãe Terrível. É só através desse contato pleno que se pode acessar o que o Prof. Neumann chama de Feminino Arquetípico: a plenitude da Grande Mãe.Uma vez que a Grande Mãe é a própria Natureza, fica claro então que essa Natureza possui uma faceta Bondosa, sem dúvida; mas possui igualmente uma faceta Terrível. Não temos como fugir disso. Destrua sua visão idílica de deuses bondosos e caridosos, sempre prontos a nos ajudar. Conheça os deuses em sua plenitude.Dá trabalho, mas é profundamente recompensador.

Blessed Be!

Lugh
Marília -SP-


terça-feira, 26 de agosto de 2008

Tirando duvidas...

O que é, e como ser Wicca - Bruxa ou Bruxo
As Bruxas e bruxos, ou magos como são conhecidos os praticantes do sexo masculino... acreditam e aceitam a Lei Tríplice, que determina que um ato sempre tem a resposta em efeito bumerangue. O que se faz retorna 3 vezes para o emissor, portanto tratam de gerar bons pensamentos e fazer todas as coisas sempre para o bem de todos os envolvidos.

Em que acreditam as Bruxas e Magos? O que é ser Wicca?
· Respeito na mesma proporção não só a seres humanos, mas para a Terra, animais e plantas.
· Realização dos Ritos no interior de um Círculo Mágico, pois os Círculo é um espaço sagrado.
· Convicção na reencarnação.
· Observação da mudança das Estações do ano, com 8 Sabás Solares e entre 12 e 13 Esbás Lunares(21 ritos anuais).
· Crença nos aspectos femininos e masculinos do Divino.
· Repúdio ao proselitismo, pois pessoas só se tornam Bruxas por escolhas própria.
· Igualdade à mulheres e homens, pois ambos são complementares, apesar de sempre a mulher ser enfocada.
· Importância aos "3 Rs" : REDUZIR, REUTILIZAR , RECICLAR.
· O sentido de servidão à Terra.
· Respeito por todas as Religiões e liberdade religiosa.
· O Repúdio por qualquer forma de preconceito.
· Conscienciosidade em relação à cidadania.
Respostas para as diversas deturpações atribuídas a Bruxaria...
Bruxas não acreditam nem honram a Deidade conhecida como Satã, pois o demônio é uma crença da Igreja Católica e de outras correntes do Cristianismo.
Bruxas não sacrificam animais ou humanos.
Bruxas não renunciam formalmente o Deus Cristão, apenas acreditam em outros aspectos divinos.
Bruxas ou bruxos não odeiam os cristãos, a bíblia ou Jesus, nem são anti-cristãos, apenas não são cristãos.
Nos Sabás e Esbás não são utilizadas nenhuma droga ou são feitas orgias sexuais.
Bruxas não praticam necessariamente Magia Negra.
Bruxas não forçam ninguém à fazer algo que agrida seus princípios e crenças.
Bruxas não profanam Igrejas Cristãs, hóstias ou bíblias.

Como tornar-se um praticante da Religião Wicca?
Desde que os seres humanos estão neste planeta o espírito tem escolhido seres com um dom especial para trabalhar com a magia. Em verdade todos podemos estudar ciências mágicas ou místicas, mas só poderemos praticá-las depois de muito conhecimento, dedicação e treinamento. Costuma-se dizer que o aluno encontrará seu mestre quando seja a hora e momento, e eu sempre digo que não são alunos, mas filhos adotados com a alma.

A Iniciação...
Para ser um iniciado em Wicca é necessário que se estude a filosofia pelo prazo mínimo de um ano e um dia. O ano segue o Calendário Lunar de 13 meses de 28 dias, mais um dia, no total 365 dias. Daí vem a expressão "Um Ano e um Dia", pois, quando é iniciada, a pessoa estuda durante esse período para, depois, confirmar seus votos. O Calendário de 13 Luas também era usado pelos Maias, e é o que se afina melhor com os Ciclos da Terra. Para um praticante de Bruxaria é muito importante se afinar com as fases da Lua.
Quando o adepto se achar pronto para ser um(a) bruxo(a) - aceitando todos os princípios da bruxaria - pode buscar dois métodos de começar nesta filosofia pagã: através de autoiniciação ou ser iniciado por um bruxo(a) experiente e capaz.


Blessed Be!

Lugh
Marília -SP-

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

O Ano...

A importancia de se comemorar as estações do ano, e os ciclos da Lua, são fundamentais.
As comemorações dos ciclos lunares, são chamadas Esbats, e as celebrações do movimento da terra em volta do Sol - as estações - são chamados sabbaths. Os esbats são festejados a cada primeira noite de Lua cheia e os Sabbaths são comemorados seguindo a Roda do Ano, que é marcada por oito datas. Quatro desses Sabas são obrigatórios, os Grandes Sabás, ou Festivais do Fogo (Imbolc, Beltane, Lammas, Samhaim) os outros, os Pequenos Sabás, são comemorados facultativamente....


Yule ou Solstício de Inverno - Representa o nascimento do De
us. É a noite mais escura do ano, e marca o apogeu da escuridão na Terra. Por outro lado, é o primeiro dia de sua decadência, pois a Criança Sagrada, o Menino Sol nasce trazendo a Luz ao Planeta. Assim, também marca o retorno da força solar. Em Yule é tempo de celebrar o início de todas as coisas e devemos meditar sobre novos projetos, novos amores, nova vida. É celebrado a 21 de junho no Sul e 21 de Dezembro no Norte.
É desta data antiga que se originou o Natal Cristão. Nesta época, a Deusa dá à Luz o deus, que é reverenciado como Criança Prometida. Em Yule é tempo de reencontrarmos nossas esperanças, pedindo para que os Deuses rejuvenesçam nossos corações e nos dêem forças para nos libertarmos das coisas antigas e desgastadas. É hora de descobrirmos a criança dentro de nós e renascermos com sua pureza e alegria. Coloque flores e frutos da época do altar. Se quiser, pode fazer uma árvore enfeitada, pois está é a antiga tradição "pagã", onde a árvore era sagrada e os meses do ano tinham nomes de árvores. Esta é a noite mais longa do ano, onde a Deusa é reverenciada como a Mãe da Criança Prometida ou do Deus Sol, que nasceu para trazer Luz ao mundo. Da mesma forma, apesar de todas as dificuldades, devemos sempre confiar em nossa própria luz interior.


Imbolc ou Candlemas - Imbolc vem para confirmar Yule. A Deusa
retorna ao seu povo em Imbolc, novamente virgem, trazendo com ela novas esperanças, nova promessa de vida. O Deus agora já não é mais uma criança, e agora se apresenta como um belo jovem, que com o passar dos dias se fortifica. Em Imbolc devemos nos livrar de tudo o que é velho e desgastado para darmos lugar ao novo. É comemorado a 1 de agosto no Sul e 02 de Fevereiro no Norte.
Este Sabá é dedicado à Deusa Brigit, Senhora da Poesia, da Inspiração, da Cura, da Escrita, da Metalurgia, das Artes marciais e do Fogo. Nesta noite, as Bruxas colocam velas cor de laranja ao redor do círculo, e uma vela acesa dentro do Caldeirão. Se o ritual é feito ao ar livre, pode-se fazer tochas e girar ao redor do círculo com elas. A Bruxa mais jovem da Assembléia pode representar Brigit, entrando por último no círculo para acender, com sua tocha, a vela do caldeirão, ou a fogueira, se o ritual for ao ar livre, o que representaria a Inspiração sendo trazida para o círculo pela Deusa.
Os membros do Coven devem fazer poesias, ou cantar em homenagem a Brigit. Pedidos, agradecimentos ou poesias devem ser queimados na fogueira ou no caldeirão em oferenda, no fim do ritual. O Deus está crescendo e se tornando mais forte, para trazer a Luz de volta ao mundo. É hora de pedirmos proteção para todos os jovens, em especial da nossa família do Coven. Devemos mentalizar que o Deus está conservando sempre viva dentro de nós a chama da Saúde, da coragem, da ousadia e da juventude. O altar deve ser enfeitado com flores amarelas, alaranjadas ou vermelhas. A consagração deve ser feita pelos membros mais jovens do Coven.


Ostara ou Equinócio de Primavera - Em Ostara, comem
oramos o primeiro dia de Primavera. Na natureza tudo desabrocha: a Deusa cobre a terra com um manto de fertilidade e, juntamente ao Deus, estimula todos os seres vivos a reprodução. O Deus, agora mais maduro está cada vez mais forte. É tempo de enfeitar o altar com flores e frutos da época. É comemorada a 21 de setembro no Sul ou 21 de Março no Norte.
Ostara é o Festival em homenagem à Deusa Oster, senhora da Fertilidade, cujo símbolo é o coelho. Foi desse antigo festival que teve origem a Páscoa. Os membros do Coven usam grinaldas, e o Altar deve ser enfeitado com flores da época. É um costume muito antigo colocar ovos pintados no Altar. Eles simbolizam a fecundidade e a renovação. Os ovos podem ser pintados crus e depois enterrados, ou cozidos e comidos enquanto mentalizamos nossos desejos. Nesse caso, não utilize tintas tóxicas, pois podem provocar problemas se ingeridas. Use anilinas para bolo, ou cozinhe os ovos com cascas de cebola na água, o que dará uma bela cor dourada. Antes de comê-los, os membros do Coven devem girar de mãos dadas em volta do Altar para energizar os pedidos. Os ovos devem ser decorados com símbolos mágicos, ou de acordo com a sua criatividade. Os pedidos devem ser voltados à "fertilidade" em todas as áreas
.

Beltane - É o período de em que o Deus torna-se sexualmente mad
uro. Agora, ele é um Homem que apaixona-se pela Deusa, que juntos fazem Amor pelos campos - A Sagrada União, que tudo fecunda. O Caldeirão deverá estar cheio d'água em Beltane, com flores boiando dentro. Também deve-se erguer um pau, tronco ou bambu e amarrar em sua extremidade mais alta fitas de várias cores. Cada um deve pegar uma ponta da fita, e todos devem girar enrolando-a. O bambu representa o fallus do Deus - seu órgão genital. Beltane é comemorado a 31 de Outubro no Sul ou 01 de Maio no Norte.
Beltane é o mais alegre e festivo de todos os Sabás. O Deus, que agora é um jovem no auge da sua fertilidade, se apaixona pela Deusa, que em Beltane se apresenta como a Virgem e é chamada "Rainha de Maio". Em Beltane se comemora esse Amor que deu origem a todas as coisas do Universo. Beleno é a face radiante do Sol, que voltou ao mundo na Primavera. Em Beltane se acendem duas fogueiras, pois é costume passar entre elas para se livrar de todas as doenças e energias negativas. Nos tempos antigos, costumava-se passar o gado e os animais domésticos entre as fogueiras com a mesma finalidade. Daí veio o costume de "pular a fogueira" nas festas juninas. Se não houver espaço, duas tochas ou mesmo duas velas podem ter a mesma função. Deve-se ter o maior cuidado para evitar acidentes.
Uma das mais belas tradições de Beltane é o Maypole, ou Mastro de Fitas. Trata-se de um mastro enfeitado com fitas coloridas. Durante um ritual, cada membro escolhe uma fita de sua cor preferida ou ligada a um desejo. Todos devem girar trançando as fitas, como se estivessem tecendo seu próprio destino, colocando-nos sob a proteção dos Deuses. É costume em Wicca jamais se casar em Maio, pois esse mês é dedicado ao casamento do Deus e da Deusa.


Litha ou Solstício de Verão - É comemorado a 21 de dezembro no Sul
ou 21 de Junho no Norte. Agora, toda a Terra encontra-se banhada pela Fertilidade da Deusa e do Deus. Este, está no auge de sua força, fazendo com que os dias sejam maiores do que as noites. Devemos nos lembrar porém, que se aproxima o momento dele começar a definhar. Em seu altar, coloque ervas solares e Girassóis, para representar a potência do Deus. Em Beltane, louvamos a Deusa em seu aspecto de Gaia, a Mãe Terra, e o Deus em seu aspecto de Deus Sol.
Nesse dia o Sol atingiu a sua plenitude. É o dia mais longo do ano. O deus chega ao ponto máximo de seu poder. Este é o único Sabá em que às vezes se fazem feitiços, pois o seu poder mágico é muito grande. É hora de pedirmos coragem, energia e Saúde. Mas não devemos nos esquecer que, embora o Deus esteja em sua plenitude, é nessa hora que ele começa a declinar. Logo Ele dará o último beijo em sua amada, a Deusa, e partirá no Barco da Morte, em busca da Terra do Verão.
Da mesma forma, devemos ser humildes para não ficarmos cegos com o brilho do sucesso e do Poder. Tudo no Universo é cíclico, devemos não só nos ligarmos à plenitude, mas também aceitar o declínio e a Morte. Nesse dia, costuma-se fazer um círculo de pedras ou de velas vermelhas. Queimam-se flores vermelhas ou ervas solares (como a Camomila) juntamente com os pedidos no Caldeirão.

Lammas ou Lughnasadh - Celebrado a 2 de fevereiro no Sul ou 01
de Agosto no Norte. É o período da colheita, quando a Natureza mostra seus frutos. O Deus gradativamente enfraquece, e a Deusa observa a queda de seu amante, sabendo que, dentro dela, ele vive como semente. Aos poucos as noites começam a ficar mais longas, devido ao enfraquecimento do Sol. No altar, devemos depositar ramos de trigo e espigas de milho. Na noite de Lammas, deve ser servido pães e bolos. É tempo de colher o resultado de nossas ações e de agradecer por dádivas alcançadas.
Lughnasad era tipicamente uma festa agrícola, onde se agradecia pela primeira colheita do ano. Lugh é o Deus Sol. Na Mitologia Celta, ele é o maior dos guerreiros, que derrotou os Gigantes, que exigiam sacrifícios humanos do povo. A tradição pede que sejam feitos bonecos com espigas de milho ou ramos de trigo representando os Deuses, que nesse festival são chamados Senhor e Senhora do Milho. Nessa data deve-se agradecer a tudo o que colhemos durante o ano, sejam coisas boas ou más, pois até mesmo os problemas são veículos para a nossa evolução.
O outro nome do Sabá é Lammas, que significa "A Massa de Lugh". Isso se deve ao costume de se colher os primeiros grãos e fazer um pão que era dividido entre todos. Os membros do Coven devem fazer um pão comunitário, que deverá ser consagrado junto com o vinho e repartido dentro do círculo. O primeiro gole de vinho e o primeiro pedaço de pão devem ser jogados dentro do Caldeirão, para serem queimados juntamente com papéis, onde serão escritos os agradecimentos, e grãos de cereais. O boneco representando o Deus do milho também é queimado, para nos lembrar de que devemos nos livrar de tudo o que é antigo e desgastado para que possamos colher uma nova vida. O Altar é enfeitado com sementes, ramos de trigo, espigas de milho e frutas da época.

Mabon ou Equinócio de Outono - Acontece a 21 de março no Sul o
u 21 de Setembro no Norte. A colheita iniciada em Lammas agora atinge seu ponto máximo. Os dias e as noites são de igual duração, e o Deus prepara-se para partir à Terra da Juventude Eterna, onde irá descansar e recobrar suas forças. Esse fenecimento pode ser visto também na Natureza, que prepara-se para a chegada do Inverno. Nesse período, o altar deve conter folhas de plantas da estação, e alguns frutos. O Deus agora é louvado em seu aspecto de semente e a Grande Mãe em seu aspecto de Provedora.
No Panteão Celta, Mabon, também conhecido como Angus, era o Deus do Amor. Nessa noite devemos pedir harmonia no Amor e proteção para as pessoas que amamos. Está é a segunda colheita do ano. O Altar deve ser enfeitado com as sementes que renascerão na primavera. O chão deve ser forrado com folhas secas. O deus está agonizando e logo morrerá. Este é o Festival em que devemos pedir pelos que estão doentes e pelas pessoas mais velhas, que precisam de nossa ajuda e conforto. Também é nesse festival que homenageamos as nossas Antepassadas Femininas, queimando papéis com seus nomes no Caldeirão e lhes dirigindo palavras de gratidão e bênçãos.


Samhain, Dia das Bruxas ou Halloween - Comemorado
a 1 de maio no Sul ou 31 de Outubro no Norte, marca a ida do Deus ao Reino dos Mortos. É o ponto auge da Roda do Ano e é considerado o Ano Novo pagão. Nessa data a barreira entre os mundos está mais fraca, facilitando assim, o contato com entes queridos que já se foram. Métodos Divinatórios devem ser praticados nessa noite e o altar deve conter folhas de cipreste, abóboras, velas negras e laranjas. Em Samhain é tempo de reflexão: de olharmos para nossos atos e compreendermos o significado de nossas experiências. Apesar de ser a noite da partida do Deus, não deve ser encarado com tristeza - Ele ainda vive dentro da Deusa como seu filho: É a esperança, a promessa de luz, que se concretizará em Yule.
Este é o mais importante de todos os Festivais, pois, dentro do círculo, marca tanto o fim quanto o início de um novo ano. Nessa noite, o véu entre o nosso mundo e o mundo dos mortos se torna mais tênue, sendo o tempo ideal para nos comunicarmos com os que já partiram. As bruxas não fazem rituais para receber mensagens dos mortos e muito menos para incorporar espíritos. O sentido do Halloween é nos sintonizarmos com os que já partiram para lhes enviar mensagens de Amor e harmonia. A noite do Samhain é uma noite de alegria e festa, pois marca o início de um novo período em nossas vidas, sendo comemorado com muito ponche, bolos e doces. A cor do sabá é o negro, sendo o Altar adornado com maçã, o símbolo da Vida Eterna. O vinho é substituído pela sidra ou pelo suco de maçã. Deve-se fazer muita brincadeira com dança e música. Os nomes das pessoas que já se foram são queimados no Caldeirão, mas nunca com uma conotação de tristeza.
No Altar e nos Quadrantes não devem faltar as tradicionais Máscaras de Abóbora com velas dentro. Antigamente, as pessoas colocavam essas abóboras na janela para espantar os maus espíritos e os duendes que vagavam pelas noites do Samhain. Essa palavra significa "Sem Luz", pois, nessa noite, o Deus morreu e mundo mergulha na escuridão. A Deusa vai ao Mundo das Sombras em busca do seu amado, que está esperando para nascer. Eles se amam, e, desse Amor, a semente da luz espera no Útero da Mãe, para renascer no próximo Solstício de Inverno como a Criança da Promessa.

A Roda continua a girar para sempre. Assim, não há motivo para tristezas, pois aqueles que perdemos nessa vida irão renascer, e, um dia, nos encontraremos novamente, nessa jornada infinita de evolução.

Há muita divergência quanto à pronúncia da palavra, mas acredito que seja Sal-Uin (Sow-ween). Essa é a noite em que a barreira entre nosso mundo e o mundo dos espíritos fica mais fina. É quando o Deus Cornudo se sacrifica para se tornar a semente de seu próprio renascimento em Yule. É quando os pastores recolhem o gado e o povo esconde-se em casa, fugindo da época mais escura do inverno. A data marca o fim (e o início) do calendário Celta. É celebrada pelos Cristãos como o Dia das Bruxas, o famoso Halloween (All hails eve). A noite de Samhain ou Halloween se encontra no meio exato entre o Ano que se vai e o que vem pela frente, e é, portanto, uma data atemporal.
Um antigo costume de Samhain na Bélgica era o preparo de “Bolos para os Mortos” especiais (bolos ou bolinhos brancos e pequenos). Comia-se um bolo para cada espírito de acordo com a crença de que quanto mais bolos alguém comesse, mais os mortos o abençoariam.
Outro costume de Samhain era acender um fogo no forno de casa, que deveria queimar continuamente, até o primeiro dia da Primavera seguinte. Eram também acesas, ao pôr-do-sol, grandes fogueiras no cume dos morros em honra aos antigos deuses e deusas, e para guiar as almas dos mortos aos seus parentes.
Blessed Be!

Lugh
Marília -SP-

domingo, 24 de agosto de 2008

O Inicio...

Saudações Amigos...


Este Blog, tem como principio a divulgação de assuntos sobre a Antiga Religião, ou Wicca, como é atualmente denominada.


Em sua forma resumida, o que podemos considerar é que:


A bruxaria desde os primórdios, considerada uma religião da natureza é uma crença que antecede o cristianismo, e não se opõe em momento algum aos ensinamentos de Jesus. No entanto tornou-se uma visão lúgubre e ameaçadora no conceito da Igreja Romana na Idade Média, predominando na Europa durante séculos, trazendo para a vida do ser humano grandes conseqüências, como a morte de centenas de milhares de pessoas, o que se transformou numa verdadeira histeria religiosa.
A bruxaria com suas práticas pagãs, folclore e a crença nos poderes da magia é muito arraigada entre os europeus, a mulher representava a base fundamental da fertilidade, o corpo feminino era reverenciado como foco de força divina; doadora da vida. Por isso o Culto a Deusa-Mãe, aos mistérios da procriação e o respeito ao feminino.
No início da Idade Média, quase todas as mulheres podiam ser chamadas de bruxas, já que qualquer mulher sabia mais sobre superstições e encantamentos do que uma centena de homens. Até o século 15, os "Feitiços e Encantamentos" das mulheres foram, virtualmente, o único depositário de prática médica. As mulheres da idade média conheciam o poder das ervas, dos ciclos lunares, dos ventos, das chuvas, estrelas e planetas. Estavam profundamente ligadas por um amor e agradecimento à Terra e todas as manifestações de força e poder que vinha desta. Os pagãos acreditam que a volta da ligação com a natureza é o único caminho para uma vida harmônica e equilibrada, por isso todos os Ritos sagrados da Bruxaria estão centrados na Estação do Ano e fases lunares.
Paracelso disse que as bruxas o tinham ensinado tudo o que sabia sobre cura. Em 1570 o carcereiro do Castelo de Canterbury libertou uma feiticeira condenada, justificando, com a opinião popular, que ela sozinha era melhor para tratar os doentes do que todos os padres e exorcistas. Feiticeiras ou Fadas?
De acordo com explicação de Joseph Campbell: "Não resta dúvida de que nas épocas mais remotas da História do Homem a força mágica e misteriosa da Fêmea era tão maravilhosa quanto o próprio Universo; e isto atribui à mulher um poder prodigioso, poder este que tem sido uma das principais preocupações da parte masculina da população — como quebrá-lo, controlá-lo e usá-lo para seus próprios fins."
As conseqüências dessa ruptura primordial na relação entre homem e mulher viriam a ter um papel nas mitologias de "diversas culturas"; em termos práticos contribuiu para o surgimento de devastadoras turbulências sociais, tal como a Grande Perseguição às Bruxas na Europa Medieval.
Tempos longínquos, mas muito marcantes... e são esses fatos que são relembrados com curiosidade pela humanidade. Tempos de proibição, a mulher deveria casar virgem, e servir ao homem sempre com a disposição que lhe fosse determinada. Era a época onde se deveria agir pela fé, ou seja, justificar toda fé.
Só não sabiam que essa fé chegaria tão longe, ao ponto de matar pessoas, seres humanos, justificando a vontade divina. O que as pessoas deveriam lembrar é da velha
Inquisição, onde vidas foram tomadas, até mesmo sem provar a culpa da vítima. Hoje, o principal fundamento da vida é a razão.
Mas felizmente a humanidade pôde evoluir, ter liberdade, as Antigas Religiões estão ressurgindo lentamente, mas constantes.
Surge o neo-paganismo, uma religião moderna chamada Wicca criada aproximadamente em 1940 pelo grande ocultista Gerald Brousseau Gardner, fundamentada na Alta Magia Cerimonial, na Thelema e no raciocínio segundo a obra 777 de Alesteir Crowley. Ela tomou o nome de uma divindade céltica chamada Cernunnos, representado por um homem com cabeça humana e chifres e pernas de cabra ou cervo, um ser meio homem meio animal, simbolizava o Deus primordial de toda criação, Absoluto. Após isto, Doris Valiente juntamente com Gardner reescreve o Book of Shadows de uma maneira mais paganizada e em seguida introduz o conceito da Deusa-Mãe, criando algo novo na Wicca. Com isso, Cernunnos não era mais absoluto, nem primordial, mas a contraparte da Deusa, que também foi tomado o nome de outra deidade céltica.
Queremos esclarecer para as pessoas que desconhecem, que a Wicca não é Céltica, até mesmo a Wicca dita céltica, não é Antiga Religião Celta, nem representante da cultura e povo Celta. Apesar de conter alguns elementos celtas, a Wicca tem sua origem na Thelema e os ritos fundamentados na Alta Magia Cerimonial.
O povo Celta, ao chegar na Europa, trouxe suas crenças, que ao se misturarem às crenças da população local, deram início a outras práticas.
A religião dos Celtas (existentes em algumas partes do mundo) era e ainda é o Druidismo, uma religião politeísta, e seus ritos eram sempre realizados ao ar livre. Para eles, este contato com a natureza permitia uma maior aproximação com os deuses e divindades. As principais eram: a Grande Deusa Mãe e o Deus Cornífero, chamados de Ceridwen e Cernunos, respectivamente. A Grande Deusa Mãe é a natureza em todas as suas manifestações, a fecundação e a criação, mãe do Deus Cornífero que representa a fertilização.
Os druidas cultuavam agricultura, a cura com ervas e a caça. Realizavam festas ritualísticas em homenagem às divindades, e iniciavam as pessoas na arte da Magia que era ensinada oralmente. Apesar da classe sacerdotal ser dividida entre homens e mulheres, a sociedade era matriarcal. As druidesas eram divididas em classes: a primeira vivia enclausurada. As outras classes podiam se casar e participavam de rituais sagrados.
O tempo foi passando e os deuses ficaram apenas na história representados por estátuas encontradas em diversas partes do mundo, como a do Deus Cornífero achada na Suécia. Agora com a chegada do século XXI, todos estes conceitos estão retornando e ressurge em todo mundo as crenças e o poder da magia dos antigos celtas. A bruxaria é a antiga religião dos povos da Europa, que após quase 2000 anos de exclusão e desaparecimento vem ressurgindo.
Segundo pesquisadores, todos os tipos de bruxaria são derivados do Xamanismo primitivo. "Os rituais de bruxaria tem a sua origem perdida no tempo, desde os Tempos Celtas, diga-se de passagem, Belos Tempos, onde a natureza era o princípio de tudo, onde a fé era profunda, onde a mente humana tinha um poder incalculável, pois o ser humano sabia como fazer bom uso do que lhe era proporcionado.


Espero que assim, possamos dar inicio a esta caminhada de conhecimento...


Blessed Be!



Lugh
Marília - SP